Tenho enfrentado o inverno da minha vida. O frio, com seus passos leves, e sua sensação primeiramente agradável, tocou a minha pele. Despretensioso e aos poucos, como um gás de cozinha aberto em uma casa fechada, formou-se o caos!
Engraçado, sempre fugi de problemas, mas no meio do caminho em uma noite qualquer, acabei me tornando um deles. Talvez eu soubesse inconscientemente o que eu procurava afastar... afinal, minha mente nunca me deixou em paz, eu sempre me cobrei demais e nunca tive como pagar. Hoje?... Hoje já nem ligo!
Vivendo aos poucos, sem fazer questão de juntar os cacos, eu sigo caminhando na direção do perigo. Afinal, errar é tão sedutor, não é verdade? Essa sensação de frio na barriga, um suspiro, e um alívio: -Ainda estou aqui!
Preencha o vazio com sua nuvem gris, alívio imediato para dores longas, beija-me a boca e me traga a sua paz... Beije-me em preto em branco, a vida é tão lindamente triste nos filmes na década de 20.
Sem um passo a mais, estagnada no mesmo lugar... Estar no caos é surpreendentemente confortável, afinal o fim do poço é mesmo o fim!
(Nardiane Silva)