sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Amor e cólera

E se o teu problema fosse amar de mais?

O que você me diria?

E se tudo que você aprendeu, fosse o resultado da sua sina?

“Ame ao próximo como a ti mesmo”

Desaprender amar seria a saída? Mas, como aprender aquilo que ninguém te ensinou!

Não se aprender amar. E não se desaprender a esquecer.

Ao pequeno ato de esquecer, lembra-te do amor que um dia encheu os seus pulmões de vida. E com uma simples piscadela, e um sorriso sínico na boca, furou sem dó aquilo que um dia foi dele também.

O amor é um parasita, que perfura a pele sem que ninguém perceba.

Caminha pelas veias e vai direto ao coração.

Suga-te a vida e a esperança. Alimenta-se da sua cor. E quando tu não colorir mais nada. Vai embora.. Levando aquarela nas íris.

O problema do amor, é a nuvem de fantasia que o cobre.

Pertencer a alguém não trás felicidade, além da momentânea!

“Quem tem ouvidos, que ouça”!

O amor não cura, o que cura é a vontade de ser curado, e o nome disso é fé

O único amor capaz de curar, é o amor-próprio.

Não se deve mistificar o amor, acrescentando-lhe o para sempre.

A verdade é que o amor também não enobrece ninguém, o que enobrece o homem é a dor, já dizia Nietzsche: Nunca fui tão feliz comigo mesmo como nas épocas mais doentias e dolorosas de minha vida”.

E se eu pudesse fazer das palavras de Nietzsche, as minhas, te diria para não menosprezar a solidão: Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás para atravessar o rio da vida, ninguém exceto tu, só tu...”

Meu caro, com o amor e com a cólera, não se brinda, não se brinca e não se briga!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ser um peso, me deixou pesada demais!


Até onde a tristeza..
Os desencontros da vida são resultados
do destino, ou escolhas suas?...
Sempre quando via meus amigos tristes, dava o conselho para não se afundarem mais.
É engraçado, como dar conselhos é fácil, o difícil é conseguir segui-los.
Quando se estar relativamente bem, é como o corpo, o cérebro fossem anestesiados
para todas as dores que haviam sentido.
Parece, que se esquece como é sofrer, como é estar lá, e não conseguir sair...
Eu acho que estou fazendo um bom trabalho.. Imaginei ficar muito pior do que estou ...
E não me julgues, por que motivos tenho vários!
É complicado, quando as pessoas não te entendem... E vai ser sempre assim, não entendemos nem a gente mesmo, o que dizer dos outros...
Eu estou caminhando.. Por isso não me cobre passos rápidos, pq estou bem, mas nem tão bem o bastante.
A suposta felicidade, não tem paciência com a dor ...
É como a felicidade se culpasse por estar assim, enquanto a dor está tão perto...
É preciso ter bom senso para perceber as reações das pessoas, e não julgá-las...
Ter consciência da hora de se retirar é algo essencial, mas difícil...
Nem todo bêbado, sabe a hora de se levantar da mesa, antes de dar vexame...
E NINGUÉM tem obrigação de te ajudar, pq só você tem que passar por isso...
Ser um peso, me deixou pesada demais!

domingo, 24 de outubro de 2010

Do pó veio. Ao pó voltou. Com o pó, ressurgiu.



Tudo se desfez. E ao pó voltei.
Arrasto-me, e sinto o riscar da poeira que ficou em mim.
Não a vejo. E nem tu a vês. Mas, eu sei que está aqui.
Arranha-me ao deitar na cama. Ao tirar e vestir roupa. Ao caminhar. A qualquer movimento do dia.
Tudo foi ao chão... Não há bases. Nem colunas.
Tudo que restou foi entulho. Hoje é lixo.
Acumulando cada abertura de mim, lentamente.
Até que chegue o caos. Transborda o meu peito em água e sal.
Resseca-me os tecidos, os orgãos, a vida.
Vida... Aquela que um dia se foi, sem respeito por mim.
Abandonou-me em um corpo cheio de água e sal, e coberto de pó.

Hoje, essa mistura miserável, se fez em mim cimento.
Enrijecendo toda a minha alma. Incapaz de sentir qualquer ataque alheio. Ou toque...
- Sou "Forte". Não sinto uma punhalada. Não sinto um afago.
Não me veja com maus olhos. Sou somente o resultado que a vida fez, faz e fará.
Acalme-se !
Com o meu lixo reciclável, atualmente reconstruo...
Hoje a base...
Amanhã as colunas...
E Depois as paredes...
E quando o teto que me protegerá estiver pronto. Eu pinto cores em mim. Decoro o jardim. Enfeito a sala. E preparo-te o quarto de visitas.
Serei agradável, uma boa anfitriã.
E direi: - Sinta-se confortável.
Mas, caso tu trinques o meu jarro preferido, terei que te lembrar quem é a dona da casa .
Pois, ninguém mais servirá de lobo mal, e com um simples soprar derrubará a minha vida.
Hoje, minha casa é de alvenaria....
Hoje, não é qualquer vento que me abalará.


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Cócegas - Closer


Muito tempo estive sentada.
As minhas pernas adormeceram..
Levanto devagar,acostumando com o meu peso nelas.
Sinto que elas começaram a formigar.
E a cada passo, é como se meus pés fossem perfurados por mil agulhas.
Redescobrindo as sensações dormentes.

Qual é o seu nome?
Cócegasssssss !

Nos faz rir... Mas em excesso, pode levar você a fazer 'xixi' nas calças...

Entendeu?

Frases soltas escritas em 13-10



Os seus olhos brilharam para mim...
Eles me diziam aquilo que eu queria ver... Porém, a sua boca "escarrava" palavras forçadas de um desamor que nunca existiu.
O seu/meu orgulho fechou a porta. E eu, fiquei aqui, do outro lado da sala escura.
Você está preso na dor do passado... Então, por que me disse que eu seria o teu "remédio"?
Por que, me fez doente do devaneio da tua boca?
Eu queria ser a sua cura... Me diz? ... O que aconteceu com a tua PAZ?
O pior engano é aquele que se sabe que está cometendo...
O seu espelho está quebrado.... Será que, você não consegue enxergar aonde pode chegar?

sábado, 16 de outubro de 2010

Love in the afternoon


É tão estranho, os bons morrem jovens. Assim parece ser quando me lembro de vc. Que acabou indo embora cedo demais”

E se você tivesse aqui. Será que tudo ia ser diferente?

Isso, eu não sei.

Mas, sei que teu abraço, o seu carinho quando eu deitada no seu colo, e você me fazia cafuné e cantava: “Oh coisinha tão bonitinha do pai”, faria toda a diferença nesse vazio que está em mim, durante todos esses setes anos.

Eu aprendi a conviver com sua ausência, Pai.

Com a ideia de nunca mais pode te ver.

Com a falta do teu sorriso, do seu abraço protetor, do teu ronco que não deixava eu e meu irmão dormir.

Não foi fácil. E ainda não é... Eu aprendo, e reaprendo todos os dias a suportar a sua falta.

A dor da saudade, da perda, me acompanha desde o 21 de junho de 2003.

Eu tenho tanta coisa para te falar, Pai...

Os meus sonhos, minhas desilusões. Meu primeiro amor, e os inúmeros desamores...

O dia que passei no vestibular... A solidão de morar sozinha, longe de casa.

E principalmente, os inúmeros dias dos pais, que passei no meu quarto com saudade de você...

Tão distante, mas sempre dentro do meu peito...

Eu sempre te sinto perto de mim, e eu sei que de algum modo você está.

Mas, como sinto falta da sua presença física, Pai. De um abraço. Do seu abraço...

Vamos fazer, assim? : Vou fechar os meus olhos, e você, onde estiver feche também...

E nesse momento eu te abraçarei, e você me abraçará também...

E você sentirá, o meu beijo na sua bochecha... E eu sentirei, o seu beijo na minha testa, me abençoando... Me dizendo para seguir, sempre em frente.

- Pai, que falta imensa você me faz. Eu te amo muitoooo, seja feliz onde estiver. Meu pensamento, e meu coração sempre estarão contigo.

domingo, 10 de outubro de 2010

Hoje, agora!


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

(Autor desconhecido)

sábado, 9 de outubro de 2010

Loucura



Mexendo aqui achei um textinho que escrevi há uns meses. Então decidi postar =)




Essa solidão povoada não me satisfaz.

A sua presença fantasmagórica já não me cabe mais.

Sua fantasia não preenche o espaço, os cantos, as brechas do meu peito...

A verdade é que você não está o tempo todo aqui, além de dentro do meu coração.

A mesma discussão da alcova racional...

Mas, Eu não quero sua racionalidade, as suas verdades, o seu rancor.

Eu preciso é de toda a sua loucura, insensatez, e não do devaneio da sua voz.

A minha loucura é o amor que tenho aqui, a sua loucura é não saber voar.

Toda esse grito dissonante da minha alma, é a liberdade que você tem de escolher

Conto - A profecia do Sertão (parte 2)



Para a jovem buscadora, aquela terra tinha sido amaldiçoada. E ela junto, no momento em que pisou, pela primeira vez no sertão.

Depois de vagar por muito tempo, cansou-se de carregar a foice, deixando-a no chão. E o vestido preto, agora estava marrom, coberto pela solidão em pó.

Chegou a uma cidade chamada Canudos. Alegrou-se. Havia homens vivos. Compridos, magros, abatidos. Será que enfim a buscadora cumpriria o seu papel?

Ninguém notava a sua presença. Insignificante, ela não aterrorizada aquele povo. Eles já viram bichos, muito mais feios que aquela Diaba.

Ao longe, ela enxergou uma pequena multidão. Conduzindo a romaria, um homem alto, muito magro, com cabelo comprido, vestido com um camisão azul. Destacou-se na imensidão opaca. As misturas de vozes compunham um canto triste e místico. O maestro era Antônio. Antônio Conselheiro.

A Diaba foi coberta pela inveja. Ela desejava ser respeitada igual aquele homem. O tempo passou. Muitas almas ela buscou. A inveja transformou-se em compaixão. Como pode a Morte sentir tão admirável sentimento? Ora, caríssimo leitor, só há um caminho: o sofrimento.

A buscadora viu todo o sofrimento daquele lugar. A fome, a sede, a seca deu a ela o respeito que ela desejava. Tornou-se aquela que levava mais almas. Mas, esse título para a sertanista, já não era tão querido assim.

Pensou em uma forma de ajudar o sertão. Falou com Antônio Conselheiro, o beato que não se sabe se era doido ou santo. Ele proclamava a profecia, que um dia o sertão iria virar mar. A Diaba sorriu, não acreditava que um dilúvio com Noé fosse sair de uma terra que só brota mandacaru.

Todo sofrimento que a buscadora tinha presenciado, não era nada perto do que se aproximava. No mês de março, em 1897, o maior conflito que a caantiga já viu. A guerra de Canudos. Pilhas e pilhas de cadáveres se acumulavam no chão. A Diaba não conseguia levar tanta alma sozinha. E pela primeira vez, o chão rachado estava encharcado, mas era de sangue.

Antônio Conselheiro, lutou até a morte pelo sertão, morreu como um santo. E para o povo sertanejo ele era divino. Um líder, um mito. Profeta de Deus, e amigo da Morte.

A Diaba conseguiu o que queria, quando se formou. Tornou-se a mais conhecida buscadora. Sustentou um título que, agora não queria mais amparar.

Nós braços, ela carregava o herói sertanejo. E sem saber, realizou o prenúncio de Antônio Conselheiro.

Foi preciso o profeta morrer, para sua maior profecia se cumprir. Naquele dia, o sertão virou mar. Um enorme açude de lágrimas brotou aonde o beato morreu. E diz a lenda, que essa foi então a segunda vez, que a excelentíssima Morte, chorou.


FIM

Conto - A profecia do Sertão (parte 1)




Este conto escrevi para a disciplina de port3... é bem diferente de tudo que eu costumava escrever, eu gostei =).

Era um tempo em que a terra era seca, não se sabe se mais, do que os corações dos sertanejos que viviam ali. O ar denso, pesado, quase irrespirável, transformava as coisas mais simples em sacrifícios diários. Não se via cores naquele lugar, além da cor marrom, que tão solitária, não coloria nada.

Dizem por lá, que até a excelentíssima Morte, quando passava pelo sertão, vestia-se marrom em respeito à tamanha dor dos homens da terra. Toda orgulhosa, ela se intitulava sertanista, aquela que é única grande conhecedora do povo sertanejo e seus costumes. Mas, também quem, além dessa Diaba passava por ali?

Ela era quase de casa, não havia um mês sequer, que a sertanista não desse uma passadinha no sertão para trabalhar. Mas, isso não quer dizer que ela era querida. Ao contrário, o sentimento que o povo sertanejo nutria por ela, no máximo podemos chamar de respeito. Às vezes, alguns deles até gemiam o seu nome. Chamavam a Diaba ao encontro deles, desejavam antes a morte, do que o sofrer lentamente.

No início, muitos séculos atrás, a jovem Morte, recém-formada na faculdade da escuridão, carregava com ela toda a arrogância do conhecimento cientifico, pronto e acabado. Presunçosa, achava-se muito esperta, detentora de todo o conhecimento que precisava para ser a melhor buscadora de todos os tempos.

Possuidora de um humor-negro, como ninguém, preparou uma peça para caçoar os infelizes no seu primeiro dia de trabalho. Ela sabia que os homens a imaginava bastante caricata. Então, vestiu-se com um longo vestido preto com capuz, arranjou uma foice, e se foi com um sorriso largo.

Chegando à terra rachada, os seus olhos ofuscaram-se com a claridade. Com tantos anos na sombra, aquele lugar devolveu a ela, novamente, a visão. Reza a lenda que foi aí que a Diaba, pela primeira vez, chorou. Não se sabe se foi pela forte claridade, ou pela dor quando enxergou pela primeira vez, a imagem amarronzada do sertão.

Ainda zonza, esfregou os olhos com as mãos, uma, duas, três vezes. Xingou em pensamento o seu chefe, que não só no nome era “A Besta”. Era ele o responsável pela lotação das buscadoras.

Não acreditava, na imagem que estava diante dos seus olhos. De que utilidade, serviria uma buscadora, em um lugar que não tem vida? Quem ela iria buscar?

Olhou em volta...Terra rachada. Alguns bichos magros. Mandacaru, xiquexique e palmas.

A claridade tornava a visão embaçada. A Diaba apertada os olhos, na tentativa quase inútil de se proteger da luz. O tempo quente, parecia ainda mais escaldante, quando olhava o chão, distorcido com o efeito da miragem.

- Tem sertanejo em pó aqui. Tem sertanejo morto nesse chão! Todo esse pó marrom. Tudo isso é feito dessa gente! disse a Diaba.


(continua...)