Hoje precisei escrever...
Mas, não sei como traduzir os meus sentimentos.
Não sei dizer por quais caminhos tortuosos eu passei e que me trouxeram até aqui.
Talvez, nada disso seja real.
Ou quem sabe, uma hora dessas, como um dia de verão, a chuva forte passe, e se abre no céu um radiante sol, que cegue os meus olhos para toda dor...
Eu sinto que aqui dentro a chuva não quer passar. E deveria ser verão, ou quem sabe primavera... Já que meu renascimento se aproxima.
A casa da minha dor/cor está tão cinza.
Eu lembro, não sei bem quando...
Mas, eu pintei cores nessa parede. Eu realinhei os móveis. E até coloquei um Portinari na parede...
Sim... Eu me lembro muito bem, como uma déjà vi, que de tão verdadeiro se torna memória.
Eu sei que um dia eu abri essas janelas, e deixei o sol entrar.
Lustrei todas as pratas, para refletir impecavelmente o meu sorriso sem distorções.
Hoje a mudança que fiz, se foi...
Não sei onde moro...
Me perdi no tempo, me perdi na ausência de cor.
Porque hoje nada dói. E o nada para quem quer o tudo, é o clímax da neutralidade sem graça do cinza, ou do marrom, quem sabe...
Que nem cores são mais, já que se perderam no meio de tanto gris e na neblina de areia “pór” aí...
Eu sei, eu me lembro bem. Eu coloquei telhado aqui. Eu me vesti. Cadê as flores em cima da mesa da sala de estar?
A vitrine da minha dor, já não deixa transparecer mais nada.
Além, da não existência. Da não percepção.
Eu não me vejo mais... Será que Você ainda consegue me sentir?
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