Sete anos se passaram. Beatriz estava em um orfanato chamado Nosso Lar. Ela não chamava muita atenção, talvez por estar sempre escondida, quieta pelos cantos do orfanato, raramente ouvia sua voz e mais raro ainda era chamada pelas educadoras. Uma criança que passava despercebida em meio de outras centenas que necessitavam de atenção e amor.
Parecida com sua mãe, tinha uma beleza incrível escondida atrás dos cabelos tapando o seu rosto. Cabelos negros e lisos, mal cuidados, porém belos. Compridos até a altura de sua cintura, lisos até a sua metade, depois ondulados até as pontas. Tinha um rosto de formato oval, com bochechas carnudas e sutilmente avermelhadas, que às vezes que raramente sorria, apareciam furinhos de beleza no canto da boca. Sua boca era pequena e carnuda, quando sorria, mostrava um sorriso largo com dentes perfeitos e brancos. Seu nariz era pequeno, combinava perfeitamente em seu rosto. E o que Beatriz tinha de mais belo, eram os olhos. Eram grandes, e ligeiramente puxados nas extremidades, parecidos com os olhos de uma felina. Tinham cores particularmente belas, delineados por um preto bem vivo, sua íris era castanho claro belíssimo com um verde escuro nas proximidades da pupila, que por sua vez era redonda e na maioria das vezes estava sempre dilatada.
Ela não compreendia a incompreensão que sentia dentro de si. E pensava sozinha “Eu deveria estar brincando, como todas as outras crianças. Por que todas essas indagações dentro de mim?” Mas, ela não era uma criança igual às outras, ela foi escolhida para ser a mensageira.
Toda aflição das dúvidas, do abandono, da falta de amor tomou conta de Beatriz. Será que ela era muito pequena para grandes indagações?
Os anos se passaram, e a incompreensão do interior de Beatriz permaneceu. Tentou por quatro vezes desistir de si. Veneno, greve de fome, cortes diversos. Mas, algo necessitava que ela vivesse, e quatro foi o número de tentativas de suicídio e quatro foi o número de fracasso.
Procurou maneiras fáceis de fugir, mas quem disse que é fácil fugir de si. Quinta tentativa: tentou algumas vezes refugiar-se em casa. Mas, até ali os seus fantasmas não a deixavam em paz.
Pensou... E então achou que tivesse tido uma grande ideia. E foi a sexta tentativa: “Vou esconder-me em mim”. A partir daí, começou a isolar-se do mundo, das pessoas e da vida. Passou a usar roupas largas, bermudas, camisetas e bonés. Assim o seu corpo era a casa da sua mente solitária incompreendida.
Mas, ela não entendia. Não conseguiu o objetivo de ser invisível entre os que se diziam “normais”. Cada vez mais ela era notada, e viu que sua ideia não era tão boa assim.
Sétima tentativa: descobriu então um analgésico para o seu cansaço. Encontrou as lágrimas, e achou que era bom. Começou a chorar a cada vez que o vazio a apertava o coração. E não entendia como o vazio e o nada poderia lhe causar tanta dor. E toda a incompreensão da humanidade permanecia ali.
O analgésico, como todos os outros somente funcionava por algumas horas, e depois tudo voltava ainda mais forte. Então ela descobriu que chorar não era uma ideia tão boa assim.
Mais uma vez se cansou. Aborreceu-se com a tristeza excessiva e decidiu procurar outra forma de se curar.
Pensou... E teve aqueles instintos de ter tido a melhor ideia da sua vida.
Então na procura da cura para o grito dissonante da sua alma, ela deu papel e caneta para sua voz.
A mensageira descobriu sua missão. E a voz nas linhas dos inúmeros papéis afastou toda a insanidade que havia dentro dela.
Fim.
Parecida com sua mãe, tinha uma beleza incrível escondida atrás dos cabelos tapando o seu rosto. Cabelos negros e lisos, mal cuidados, porém belos. Compridos até a altura de sua cintura, lisos até a sua metade, depois ondulados até as pontas. Tinha um rosto de formato oval, com bochechas carnudas e sutilmente avermelhadas, que às vezes que raramente sorria, apareciam furinhos de beleza no canto da boca. Sua boca era pequena e carnuda, quando sorria, mostrava um sorriso largo com dentes perfeitos e brancos. Seu nariz era pequeno, combinava perfeitamente em seu rosto. E o que Beatriz tinha de mais belo, eram os olhos. Eram grandes, e ligeiramente puxados nas extremidades, parecidos com os olhos de uma felina. Tinham cores particularmente belas, delineados por um preto bem vivo, sua íris era castanho claro belíssimo com um verde escuro nas proximidades da pupila, que por sua vez era redonda e na maioria das vezes estava sempre dilatada.
Ela não compreendia a incompreensão que sentia dentro de si. E pensava sozinha “Eu deveria estar brincando, como todas as outras crianças. Por que todas essas indagações dentro de mim?” Mas, ela não era uma criança igual às outras, ela foi escolhida para ser a mensageira.
Toda aflição das dúvidas, do abandono, da falta de amor tomou conta de Beatriz. Será que ela era muito pequena para grandes indagações?
Os anos se passaram, e a incompreensão do interior de Beatriz permaneceu. Tentou por quatro vezes desistir de si. Veneno, greve de fome, cortes diversos. Mas, algo necessitava que ela vivesse, e quatro foi o número de tentativas de suicídio e quatro foi o número de fracasso.
Procurou maneiras fáceis de fugir, mas quem disse que é fácil fugir de si. Quinta tentativa: tentou algumas vezes refugiar-se em casa. Mas, até ali os seus fantasmas não a deixavam em paz.
Pensou... E então achou que tivesse tido uma grande ideia. E foi a sexta tentativa: “Vou esconder-me em mim”. A partir daí, começou a isolar-se do mundo, das pessoas e da vida. Passou a usar roupas largas, bermudas, camisetas e bonés. Assim o seu corpo era a casa da sua mente solitária incompreendida.
Mas, ela não entendia. Não conseguiu o objetivo de ser invisível entre os que se diziam “normais”. Cada vez mais ela era notada, e viu que sua ideia não era tão boa assim.
Sétima tentativa: descobriu então um analgésico para o seu cansaço. Encontrou as lágrimas, e achou que era bom. Começou a chorar a cada vez que o vazio a apertava o coração. E não entendia como o vazio e o nada poderia lhe causar tanta dor. E toda a incompreensão da humanidade permanecia ali.
O analgésico, como todos os outros somente funcionava por algumas horas, e depois tudo voltava ainda mais forte. Então ela descobriu que chorar não era uma ideia tão boa assim.
Mais uma vez se cansou. Aborreceu-se com a tristeza excessiva e decidiu procurar outra forma de se curar.
Pensou... E teve aqueles instintos de ter tido a melhor ideia da sua vida.
Então na procura da cura para o grito dissonante da sua alma, ela deu papel e caneta para sua voz.
A mensageira descobriu sua missão. E a voz nas linhas dos inúmeros papéis afastou toda a insanidade que havia dentro dela.
Fim.
Caraca! Parece que tu acredita realmente q a Beatriz exista! Isso virou a saga da Bia...kkkkk
ResponderExcluirEu quase puder sentir a mensagem de Beatriz e de certa forma eu sentir ela presente ;) ameii o conto ;* De certa forma você é bem detalhista em tudo ;)
ResponderExcluirGosteii muiito nardy faz tempo que não vinha por aquii ~~ e me alegreii em vim hoje visitar esse blog liindo ;)
abraço menina